O povo cubano enfim se ergueu. Uma ação tão audaciosa quanto arriscada num país onde quem detém as armas são os bandidos. O povo cubano sofreu muito, como todo povo que permitiu a vitória da revolução comunista, socialista, regressista. Que Deus os proteja e dê forças para conseguirem a vitória, que será, se ocorrer, sangrenta. Pois o chefe do mal sempre exige sangue, na vitória ou na derrota.
Enquanto isso aqui no Brasil assistimos com assombro a turma da kombi apoiando o povo cubano contra a ditadura. A mesma kombi que se reúne com os equivalentes brasileiros dos Castro, dos Pot, dos Tsé-tung. Quanta incoerência, não?
Bem, não. Estão sendo totalmente coerentes. Explico aqui.
A turma da kombi é acima de tudo fútil. Para o kombista, o que importa é o verniz das aparências. É uma turma que prefere um defensor de Stálin de fala mansa que um defensor de São Tomás que, num arroubo de disposição, soque a mesa e fale um palavrão.
A futilidade é oriunda do materialismo e estes se retroalimentam, numa situação bem retratada pela performance "os macaquinhos", já veiculada pelo Brasil com o apoio de vários grandes bancos e herdeiros que na política só andam de kombi.
Quando você abandona completamente a transcendentalidade humana o que resta apodrece rapidamente. Este é, aliás, um dos eixos fundamentais do diagrama de avaliação de políticos que eu mesmo criei e que adorna a minha página do Facebook. É um elemento vital. Se houver repúdio à essa noção, um percentual altíssimo dos que pensam assim irá derrapar mais cedo ou mais tarde e poderá até mudar de lado completamente.
A questão é que eles não mudam de lado. Eles nem sabem que tem lado, não percebem nada além de benefícios materiais diretos ou indiretos. Para eles o mercado é o Deus, ignorantes da herança fenícia de adoração ao dinheiro. Os fenícios sacrificavam crianças em seus altares em homenagem a Baal. Os novos materialistas sacrificam crianças no ventre em altares brancos, assépticos e com ar-condicionado. Mas quem exige tais sacrifícios é o mesmo Mal, e seu nome não é nem Baal nem Sanger*.
Lembro aqui de alguns "analistas" da kombi que recebiam aplausos entusiasmados da direita carente, eu incluso. Toda vez que eu falava de Deus com eles recebia um olhar atravessado, uma risada de desprezo ou era simplesmente ignorado. Mas o repúdio era sempre visível. Por que semelhante repúdio? Voltemos à futilidade.
No mundo kombista a aparência externa é tudo. Para ter fé é necessário assumir riscos pois a falta de provas evidentes está no cerne da fé. Se Deus andasse pelas ruas montado num cavalo branco fulminando bandidos e curando criancinhas não seria preciso ter fé, só algum tipo de visão. Então Deus os livre de arriscar sua reputação (ou biografia) num investimento sem retorno garantido. Deus para eles é um tipo de esquema de Ponzi.
Quando então surge um inimigo dos comunistas que xinga e fala de Deus a agressão ao verniz soberano da bundamolice torna-se grande demais. Maior até que o horror às atrocidades comunistas.
É bom lembrar que quando os holofotes exaltam a honestidade e a retidão o contraste destas com a podridão de caráter torna-se gigantesco e, pior, inescapável. Haja Rivotril para ignorar a mensagem simples e evidente que aponta para uma vida inteira seguindo o caminho errado. Poucos tem a capacidade de aceitar o erro e mudar de caminho. Esses serão exaltados e evidentemente descerão da kombi.
Então vemos críticas à ditadura cubana e lives com Nelipe Feto e Barroso, Boulos e Suplício.
Tentar enxergar a realidade pelo brilho do verniz é a nova esquizofrenia. Os psiquiatras agradecem.
(*) - referência a Margareth Sanger, fundadora da Planned Parenthood, maior organização do planeta dedicada ao assassínio de crianças.
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