No XVIII Congresso do PCUS, Stálin afirmou que a Constituição soviética era a mais democrática do mundo e depois negou o que disse falando que toda forma de governo comunista em essência era uma ditadura do proletariado. Parece confuso? Então entenda o que disse um estudioso no assunto:
"A absoluta contradição dessas duas afirmações, que estão sempre juntas em pronunciamentos soviéticos, sugere fortemente que o termo "democracia" tem na URSS um significado diferente do aceito nos EUA e em países democráticos da Europa Ocidental." (Michael T. Florinsky, em Gorvernments of Continental Europe)
Então "atos anti-democráticos", na boca de comunistas, pode muito bem significar "atos anti-ditatoriais".
Brincar de dialética, afirmando o oposto do que se quer dizer, também já foi denunciado pelo espião da KGB Anatoli Golytsin, em seu livro "Meias Verdades, Velhas Mentiras", para que os analistas ocidentais não se confundissem ao ouvir as mais absolutas inverdades alienantes criadas com um intento meramente político e não informativo.
Ainda citando outro estudioso do comunismo soviético, o PhD. Henry W. Bunn, em 1931, sobre o mesmo assunto:
"Assim como Atenas é lembrada por suas esculturas, Florença por suas pinturas e Creta por seus encanamentos, a Rússia Soviética será lembrada pelo desenvolvimento da Arte da Mentira, com a OGPU* sendo o seu expoente máximo. Aqui está um mundo de cabeça para baixo; com a boa e velha ética completamente invertida. Horrível, o leitor pode pensar; mas fascinante".
É fascinante que depois de tanto tempo e estudos dedicados a esse assunto, ainda haja intelectuais que não estejam focados em "desinverter" constantemente a narrativa e expor continuamente quem cria esses rótulos ardilosos!
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*"OGPU" foi um dos muitos nomes da KGB.
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