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Dobrando à Direita – O Ateneu nosso


A obra de Raul Pompeia, escrita em 1888, período que vigorava o Realismo / Naturalismo, trata de uma personagem em período escolar. Vamos a alguns trechos transcritos e explicados.


1. Lá:


Sérgio conta sobre o período que passou na instituição-internato. Uma curiosidade, o nome Sérgio significa protetor, guardião. “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.”. “Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regímen do amor doméstico; diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora, e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.” (trechos em negrito destacados pelo Blog) A natureza é de muito verde nos arredores do Ateneu, enquanto o prédio é fechado e triste. “Isto é uma multidão; é preciso força de cotovelos para romper. Não sou criança, nem idiota; vivo só e vejo de longe; mas vejo” – Rabelo, aluno aplicado, avisa a Sérgio, garoto tímido, que não admita protetores, garotos maiores que, em troca da proteção oferecida, exigiam favores sexuais. Sim, isso mesmo. “Eu desejei um protetor, alguém que me valesse, naquele meio hostil e desconhecido, e um valimento direto mais forte do que palavras.” – Sérgio, emocionalmente frágil, aceita por um tempo a proteção de Sanches, um colega que o salvou de um afogamento. Com o aumento do desempenho escolar, por auxílio do colega e com as insinuações deste, querendo algo mais, Sérgio repele-o e desfaz a amizade. Após esse período, Sérgio começa a interessar-se por religião e astronomia. A santa de devoção, Rosália, é protetora daqueles que tem doenças infecciosas (doença! Infecciosa!) e as aulas de Aristarco, diretor e pedagogo da instituição (e interessadíssimo em prestígio, dinheiro dos pais), eram ministradas à noite. Entre outras situações ocorridas (leia para saber o restante, está bom de “spoiler” por aqui), o Colégio sofre um incêndio e tudo é destruído; a esposa do diretor, Ema (mãe, ame) some. Sérgio está livre daquele lugar. “Aqui suspendo a crônica das saudades. Saudades verdadeiramente? Puras recordações, saudades talvez, se ponderarmos que o tempo é a ocasião passageira dos fatos, mas sobretudo - o funeral para sempre das horas. Rio, janeiro-março de 1888”. 2. Cá:

Trump era a esperança à presidência dos EUA para os próximos quatro anos, para o crescente de liberdade no Ocidente, e não está mais nesta posição (a não ser que haja algo parecido ao fim do livro Ateneu, até o dia 20 de janeiro). Câmara, Senado e Presidência da superpotência nas mãos da esquerda (a maioria nas duas casas e o Biden / Kamala ou Kamala e Biden no lugar de Trump e do incomPetence). Bolsonaro é o atual presidente do Brasil, mas o Supremo dá as ordens, consultado ou não por partidos e pessoas de esquerda. Os pedidos de impeachment de ministros do STF foram todos arquivados pelo presidente do senado, Davi Alcolumbre. Na Câmara, Rodrigo Maia rivaliza quase diariamente com o Executivo, embora seja criticado fortemente por essa atitude. E daí, eles não estão preocupados com a opinião pública, a não ser aquela que possa desestabilizá-los. Atuam como Aristarcos, na parte contida nos parênteses. Enquanto muitos conservadores agem igual à cavalaria polonesa (eu sei que se criou um mito em torno, mas que aconteceu, aconteceu), os adversários atacam como panzers germânicos. Acredita-se que haja um plano ou jogo tão bem elaborado nos altos círculos governamentais que chega a escapar da cabeça de quem se supõe saber o que está fazendo. Algo como: “Puxa, eu nem sabia que eu estava pensando assim! Você me adivinhou ou está se projetando em mim?”. O visto neste nosso tempo é uma transição ou para arrumação do país a outro administrador, nos mesmos moldes do passado recente, ou para uma ruptura com o sistema que foi preparado por esquerdistas que permitia uma oposição "fake", como vimos desde a década de 90 para cá. Houve quem torcesse (e há quem torça) por uma intervenção militar e as únicas intervenções foram em jornalistas e ativistas conservadores, perseguidos e presos, e aumentando a pressão sobre os não alinhados às pautas, projetos regressistas. Quanto aos fieis guardiões estrelados, todos postos nos postos por esquerdistas, confiar nestes (nestes, repito) é ser habitante da bolha opaca. As “estufas de carinho” são as bolhas nas quais vivem os que maquinam estratégias pouco ou nada pensadas, calculadas, "youtubers" que têm se multiplicado com a “Última solução da semana”, “Agora vai” (para onde? Sei não, o negócio é ir...), enquanto anunciam canecas e livros à venda (não, não tenho nada contra quem trabalha honestamente, mas contra quem só trabalha e não pensa honestamente) e compre da livraria, adquira a verde limão; outros youtubers que veem a iniciativa partem para o “control c + control v” e tome concorrência, tome pede-pede a um público, em sua maioria, sem tradição (ainda) para mecenas, que avalie bem e patrocine o que é belo, bom. Nisso há um tanto de corda de caranguejo, outro tanto de “No Brasil, sucesso é ofensa pessoal” (Tom Jobim) – Notei que você parece estar no caminho certo com seu trabalho, está rendendo adesão, fazendo esclarecimento e para lhe ajudar vou concorrer com você; ajudá-lo, para quê? Só um incêndio liberta os alunos do internato. A suspeita do ocorrido recai sobre de um aluno novo (não condicionado), o Américo (A-mé-ri-co, eta, que coisa, hein?!). Há quem afirme que a obra O Ateneu é, em parte, biográfica. Se sim, se não é atualíssima nas situações, personagens. Deixemos a estufa de carinho e vejamos as lições de um livro com mais de 130 anos de escrito e parte do currículo de Literatura no Ensino Médio.

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