top of page
Foto do escritorGeneralidades

O que você tem contra urnas auditáveis?


Por que alguém seria contra a possibilidade de se auditar as eleições?


O movimento do dedo, no exato segundo em que toca a tecla verde, corresponde ao único ato em que o voto assume uma feição material. Esse momento dura menos de 1 segundo.


Num átimo de cidadania, o voto sai dos dedos e escorre do mundo físico pelas profundezas de hardwares e softwares, circulando entre cabos, placas e sistemas de transmissão, tornando-se um dado eletrônico indiscutível e INAUDITÁVEL.


O cidadão é obrigado a confiar cegamente na palavra dos burocratas do momento, de que tudo está funcionando perfeitamente.


“Somos o mais avançado sistema eleitoral do mundo!” – atesta o orgulhoso burocrata, no melhor esquema “la garantía soy yo”. Quem o povo pensa que é para desconfiar desse indefectível sistema?


O que ocorre é que existe algo imprescindível nas mais avançadas democracias, e que está sendo esquecido em nossas urnas tupiniquins: é necessário que o voto eletrônico deixe o chamado RASTRO FÍSICO.


Dentre os países que utilizam urnas eletrônicas, apenas Brasil, Butão e Bangladesh – países super democráticos e desenvolvidos, claro! – dispensam a impressão do voto. Supremas Cortes da Alemanha e Índia, por exemplo, decidiram pela necessidade de rastro de papel para auditoria dos resultados, bem como para restauração da confiabilidade dos eleitores.


O voto auditável impresso não é discussão recente no Brasil. Já houve várias tentativas de implantação, nos anos de 2001, 2009, 2011 e 2015. Atualmente, está em trâmite a PEC 135/19, que acrescenta o §12 ao art. 14 da Constituição Federal, prevendo a “expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor a serem depositadas, de forma automática, e sem contato manual, em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.


O Congresso aprovara a minirreforma eleitoral em 2015, e o STF derrubou o voto impresso por 8 a 2, com base na “vedação do retrocesso” e na quebra de sigilo, basicamente.


Nesse caso de agora, não se trata mais de uma lei. É uma Emenda à Constituição.


A idolatria é um dos maiores problemas da atualidade. O que ninguém esperava é que as urnas eletrônicas, junto com as v4c1nas, fossem os novos bezerros de ouro.

3 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page