A política é um instrumento imperfeito, sujo, grosseiro, frequentemente corrupto e às vezes até criminoso - mas é o instrumento que temos para organizar o Estado, definir relações de poder e articular a sociedade. As alternativas são alguma forma de totalitarismo ou o caos.
Ao contrário do que muitos pensam, a política é tão antiga quanto a humanidade. No seu livro clássico As Histórias, o grego Heródoto já descrevia as manobras, os golpes de estado, as intrigas e as táticas adotadas por reis, imperadores, generais e outros homens poderosos na Grécia e na Pérsia de 2.500 atrás. Quem lê se surpreende com a atualidade: a mistura de ideias, uso de poder econômico e de força bruta para obter apoio popular e poder é exatamente o que vemos na política de hoje.
O mundo mudou muito em 2.500 anos, mas a natureza humana, suas ambições e necessidades permanecem mais ou menos iguais. E a política continua sendo o principal instrumento de organização das ideias a respeito de sociedade e Estado, e de colocar essas ideias na prática. Ou entendemos essas ideias - e compreendemos como funciona a política - ou permaneceremos alienados desse processo, como meros fantoches nas mãos de forças poderosas que não compreendemos.
De nada adianta rejeitar a política ou classificá-la como uma prática exclusivamente desonesta e corrupta. A rejeição não nos salva, e nem torna a política melhor. A essência da política é o poder - poder para piorar o mundo ou torná-lo melhor; poder para realizar coisas grandes e pequenas; poder para destruir e construir. Em uma democracia, na teoria, esse poder é conferido através do voto, pelo eleitor.
Mas a prática é diferente da teoria,
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